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O ATIID 2005 (Acessibilidade, Tecnologia da Informação e Inclusão Digital) foi realizado nos dias 5 e 6 de setembro. O evento, que aconteceu na Faculdade de Saúde Pública da USP, contou com o apoio e a participação da PRODAM. Nos dois dias de encontro foram promovidos debates e oficinas sobre Acessibilidade.
A funcionária Aracy Maria Bernardes Gonçalves, mestre em Artes Visuais e Tecnologia da Imagem, pela Universidade Federal de Minas Gerais e Laércio Sant’Anna apresentaram o CD-ROM de Acessibilidade “Trabalho um Direito de Todos”. Ela falou sobre a experiência da criação do produto audiovisual, com acessibilidade digital em parceria com o CMPD (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência).
A especialista destacou que o público-alvo do projeto são os empresários e empregadores, além de profissionais de Recursos Humanos, gestão de pessoas e recolocação profissional.
Na palestra, foi explicado como surgiu a idéia de informar sobre a possibilidade de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Antes do disco, em 2003 e 2004, o CMPD organizou um grupo que discutiu a profissionalização, o trabalho e o emprego dos profissionais deficientes. Esse fórum foi formado por diversas entidades, inclusive representantes da PRODAM, que defendiam a criação de um guia para levar informações inerentes ao tema aos empregadores e interessados.
“Foi detectado que existe um ruído na comunicação entre o empregador e o profissional com deficiência, que poderia ser minimizado se houvesse mais divulgação eficiente e com veracidade”, apontou Aracy.
O CD-ROM aborda três importantes assuntos: mitos, equiparação de oportunidades e ações inclusivas. Um dos objetivos é acabar com a discriminação e sensibilizar a classe empresarial.
A informação está disponibilizada de modo acessível para os diversos tipos de deficiência por meio de legendas, LIBRAS, áudio, texto com possibilidade de aumento e diminuição de fonte e navegação migalha de pão, a qual permite que os assuntos fiquem interligados para que se possa retomá-los.
“Era um desafio, pois o produto foi construído em tecnologia flash (que usualmente não é acessível na configuração padrão) e possuía 69 depoimentos. Como colocar as opiniões de forma adequada para o verdadeiro entendimento do público-alvo?”, conta a especialista.
Segundo ela, foram feitos testes em usuários com deficiência para verificar o grau de acessibilidade, pois esta era uma preocupação presente desde a elaboração do projeto.
Quatro pessoas com deficiência participaram do teste, uma foi o avaliador, outra o desenvolvedor, além de consultores informais do CD. O coordenador foi o profissional da PRODAM Sidney Tobias, que era do CMPD, e também deficiente visual.
Segundo Aracy e Laércio existe uma grande satisfação com o trabalho realizado, “pois ele mostra que a PRODAM é referência municipal na construção de produtos acessíveis para a Prefeitura”, confidenciou a mestre em Artes Visuais.
A platéia, composta por representantes do poder público, estudantes, professores, profissionais da área e pessoas com deficiência interessaram-se em obter o CD e sugeriram que seu conteúdo fosse disponibilizado em um site.