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Armazenamento das imagens e dos dados de tráfego nas vias da cidade pela Prodam trará mais segurança a todo sistema
Até o final do ano São Paulo terá mais 242 radares de trânsito totalizando 843. Hoje já são registradas cerca de 10 milhões de infrações no trânsito por ano, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A partir de agora, a Prodam passa a ser a guardiã dos dados sobre essas infrações.
Com o contrato de várias empresas de radares se encerrando, a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) realizou uma licitação para contratar novos serviços de fiscalização automática de trânsito (radares eletrônicos). Pelo projeto, a Prodam passou a hospedar os dados das empresas ganhadoras da licitação, além de armazenar no data center da empresa, todas as imagens das infrações e os dados de tráfegos registrados pelos equipamentos. O novo sistema de registro de infrações de trânsito entrou em produção no final de julho.
Com o novo contrato, a cidade foi dividida em quatro lotes atendidos por empresas que se organizaram em consórcios. Até então, a SMT mantinha contratos individuais com diversas empresas de radares para os variados tipos de infrações de trânsito (excesso de velocidade, avanço do sinal vermelho, transitar na faixa exclusiva de ônibus etc.). E os dados e as imagens ficavam guardados nessas empresas. “Foram criadas aqui na Prodam, quatro áreas em servidores para hospedar tanto a aplicação das empresas, quanto banco de dados e as áreas das imagens”, explica Jeferson Guilherme de Souza, da Gerência de Relacionamento de Serviços Urbanos (GRU).
Com a hospedagem dos quatro sistemas na Prodam – cada empresa tem um sistema, todos já estão em produção. O último entrou na quarta-feira (10/9) – melhora o controle das autuações realizadas pelas empresas de radares. O novo sistema altera o antigo procedimento de tratamento das imagens pelas empresas e do envio de arquivos por CDs para serem validados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Garante também praticidade e segurança. “Praticidade, por não ficar mais transitando com CDs, as imagens já estão aqui, e segurança porque as empresas não podem mexer na imagem, elas vão fazer apenas o trabalho de filtragem, verificar as inconsistências, mas tudo vai ficar gravado no sistema”, aponta Rubens de Castro Carneiro Júnior, coordenador do Núcleo de Mobilidade e Serviços, da GRU.
Uma das condições do edital da secretaria para as empresas de radares é que as imagens sejam geradas com numeração sequencial. Os radares são equipados com um leitor OCR, software de Reconhecimento Óptico de Caracteres, que lê na imagem os dados da placa do veículo infrator. Pelo sistema, as empresas vão verificar se o leitor fez uma leitura correta da imagem, checando com as características do veículo. Mesmo havendo alguma inconsistência, as empresas não podem remover a imagem, mas indicar os possíveis erros.
São os auditores da CET, que por meio também do sistema, irão validar as imagens com os dados da infração de trânsito. Validadas as informações, os dados seguem o fluxo normal para processamento no sistema Apait (Administração de Penalidades Aplicadas a Infrações de Trânsito) – gerar notificação de autuação, penalidade, indicação de condutor etc. Com o novo projeto, todo o processo passa a ser automatizado e integrado com o sistema Apait.
Enquanto as infrações de trânsito captadas pelos radares seguem seu fluxo normal, a coleta dos dados de tráfego – que não existia nos contratos anteriores da SMT com as empresas de radares – deverão embasar futuros estudos sobre o tráfego de veículos nas vias da cidade. De acordo com Rubens, a secretaria ainda não definiu um projeto para os dados de tráfego, “mas as possibilidades são inúmeras, desde estudar as maiores movimentações à fiscalização de quem está circulando sem a inspeção veicular ou sem licenciamento”, exemplifica.